sábado, 4 de fevereiro de 2012

Agora tu ...

Já alguma vez foste vítima de algum tipo de discriminação racial ? Que opinião tens sobre o racismo ? Aqui poderás partilhar a tua história, assim como dar a tua opinião sobre determinadas práticas . Este blogue tem como objetivos, não só a divulgação das diversas formas de discriminação e no que consistem, mas também queremos que haja debate de ideias e experiências; formas de avaliar estas situações e em que circunstancias elas existem. Não é obrigatório revelares a tua identidade, pois podes identificar-te como anónimo.

Inês Costa
Catarina Melício
Jéssica Nascimento
João Correia

Escola Secundária de Alcanena - 10 º B

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

ANTÓNIO GEDEÃO - LÁGRIMA DE PRETA

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

RACISMO




O racismo é a tendência do pensamento, ou do modo de pensar em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré alcançadas onde a principal função é valorizar as diferenças biológicas entre os seres humanos, em que alguns acreditam ser superiores aos outros de acordo com sua origem racial. A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade e ao complexo de inferioridade.

XENOFOBIA




Xenofobia é o medo irracional, raiva ou a profunda antipatia em relação aos estrangeiros, a desconfiança em relação a pessoas estranhas ao meio daquele que as julga ou que vêm de fora do seu país.
A xenofobia pode manifestar-se de várias formas, envolvendo as relações e percepções do endogrupo em relação ao exogrupo, incluindo o medo de perda de identidade, suspeição acerca de suas actividades, agressão e desenho de eliminar a sua presença para assegurar uma suposta pureza. Xenofobia pode também assumir a forma de uma "exaltação acrítica de outra cultura" à qual se atribui "uma qualidade irreal, estereotipada e exótica. A xenofobia pode ter como alvo não apenas pessoas de outros países mas de outras culturas, subculturas ou sistemas de crenças. O medo do desconhecido pode ser mascarado no indivíduo como aversão ou ódio, gerando preconceitos.

RACISMO E XENOFOBIA: ASPETOS HISTÓRICOS

O racismo surgiu com o próprio surgimento do Homem, a intolerância é algo que desde sempre caracterizou a nossa espécie, assim, longo da história, muitas foram as manifestações de atitudes racistas e xenófobas.O racismo foi utilizado pelos ricos para manter os trabalhadores divididos para que estes não se unissem e derrubassem o capitalismo.

Segundo esta teoria, o racismo verificou-se com o sistema europeu de classes em que as pessoas apenas tinham peles pigmentadas se trabalhassem no exterior. Os ricos consideravam o trabalho manual o dever dos inferiores e por conseguinte viam qualquer um com as características de trabalhador como pertencendo a um faixa inferior.
A ciência também contribuiu para a ideologia do racismo – em 1758 o botânico sueco Carolus Linaeus cria o sistema de classificação dos seres vivos onde cria o termo técnico – Homo Sapiens – dividindo assim os povos:



- Os vermelhos americanos: despreocupados e livres;
- Os amarelos asiáticos: severos e ambiciosos;
- Os negros africanos: ardilosos e irreflectidos;
- Os brancos europeus: activos e engenhosos.


Na Alemanha, o regime Nazi, liderado por Hitler, defendia a superioridade da raça germânica. Este regime, bem como o caso da Indonésia relativamente a Timor, ou o caso da gera étnica entre os Hutus e os Tutsis, no Ruanda, fez milhares de mortos.


Também os descobrimentos portugueses deixaram a sua marca nos aspectos históricos acerca do racismo, pois com a descoberta do Brasil, na altura designado por Terra de Vera Cruz, foi necessário arranjar mão-de-obra que ajudasse a construir a nova colónia e, para isso, os Portugueses “exportaram” populações negras de África para o Brasil, dando inicio ao flagelo da escravatura, visto que muitos povos seguiram o nosso exemplo.


Um outro exemplo histórico acerca do racismo e xenofobia é o Apartheid (vida separada), regime político implantado na África do Sul em 1948. Segundo este regime, apenas os brancos detinham o poder, os povos restantes eram obrigados a viver separadamente, de acordo com regras que os impediam de ser verdadeiros cidadãos. Nos Estados Unidos, por volta dos anos 50, havia grande discriminação racial. Martin Luther King, mais tarde eleito Nobel da Paz, ficou célebre pelo seu discurso intitulado “Eu tenho um sonho”, que defendia os direitos iguais para todos, isto é, o fim da discriminação racial.

O RACISMO E A XENOFOBIA NA EUROPA

A Europa, tal como os restantes continentes, vive sob o impacte da globalização, de uma maior mobilidade internacional e do incremento dos fluxos migratórios. O aumento da intolerância política, religiosa e étnica bem como o desencadear de vários conflitos armados, dentro e fora do espaço europeu, provocaram a saída de inúmeros contingentes populacionais das suas terras, refugiados nem sempre bem acolhidos em ambientes que lhes são pouco familiares. Carências económicas, a par de problemas sociais vividos pelos cidadãos de determinado Estado, têm contribuído para o surgimento de tensões evidenciadas sob formas de racismo "flagrante" e "subtil" contra determinados grupos, entre os quais comunidades migrantes e minorias étnicas ou religiosas (por exemplo, os ciganos, os judeus, os muçulmanos). Tais ressentimentos têm sido agravados pelo desenvolvimento de teorias xenófobas por parte de partidos políticos, designadamente os de extrema-direita, que não só deles se aproveitam para justificar períodos de maior vulnerabilidade económico-social no seu próprio país, como ainda, através dos nacionalismos agravados patentes nos seus discursos, adicionam às ideologias já fixadas novas ondas de intolerância. Embora tendo presentes os maus exemplos do passado, a verdade é que sentimentos desta natureza persistem na Europa, em prejuízo de indivíduos ou colectivos segregados, independentemente do seu nível económico e da partilha ou não dos valores, princípios e matrizes fundamentais da sociedade de acolhimento. Em todo o caso, os níveis e expressões de racismo variam muito de país para país, espelhando não só diferentes posturas e modos de lidar com a presença de imigrantes, minorias étnica e estrangeiros, como também políticas mais ou menos consistentes de combate à discriminação.

A DISCRIMINAÇÃO RACIAL




Entende-se por discriminação racial qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência em função da raça, origem, cor ou etnia, que tenha por objectivo a anulação ou restrição do reconhecimento, gozo ou exercício, em condições de igualdade, de direitos, liberdades e garantias ou de direitos económicos, sociais e culturais. Uma das formas de descriminação racial é:




- A intolerância é a falta de respeito pelas práticas e convicções do outro. Aparece quando alguém se recusa a deixar outras pessoas agirem de maneira diferente e terem opiniões diferentes. A intolerância pode conduzir ao tratamento injusto de certas pessoas em relação às suas convicções religiosas, sexualidade ou mesmo à sua maneira de vestir. Está na base do racismo, do anti-semitismo, da xenofobia e da discriminação em geral.